sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Ás dez e quarenta, ao rufar do tambor, formam-se filas, e todos entram na escola por divisões. A aula dura duas horas, empregadas alternativamente na leitura, no desenho linear e no cálculo. [...] As doze e quarenta, [...] deixam a escola por divisões e se dirigem aos seus pátios para o recreio. As doze e cinquenta e cinco, ao rufar do tambor, entram em forma por oficinas.” (FOUCAULT, Vigiar e Punir, p. 11)

A cena descrita, é algo natural para nós, logo no início da leitura deduzimos se tratar de uma escola que se não fosse pelo rufar dos tambores, diríamos até mesmo se tratar de uma escola do nossa época. Incrível é saber que se trata de um regulamento redigido por Léon Faucher para a Casa dos Jovens Detentos de Paris, escrito por volta do ano 1787. Percebemos que a escola mudou pouco, muito pouco. Achamos que avançamos, pois não há mais os castigos físicos, a humilhação de ter que ficar de frente para a parede como forma de punição, a pedagogia moderna tem nos apontado muitas teorias sobre a prática em sala de aula. Mas nossas rotinas escolares já estavam descritas em um regulamento de uma casa de detenção do século XVIII!

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